Pela ausência das coisas todas tão necessárias.
Pela presença do tempo que só leva pra longe.
Bem longe.
E de uma vez por todas.
E não aos poucos, poupando-me pelos cantos. Como sou.
Deveria ter gritado.
Ter teimado.
Ter jurado que era.
Talvez hoje fosse.
Talvez eu visse agora, pela minha janela, a primavera.
Deveria ter gargalhado.
Ter me descabelado.
Ter contado a minha versão.
Ter te puxado pela mão.
E assim, não teríamos nos perdido.
Não seríamos um para o outro terreno desconhecido.
Ao passo que eu passo e tu vens.
E se eu venho. Tu vais.
Instante distante.
Corpos errantes.
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Ana Maria
16.VII.2009
“à meia luz”
(21h36min)