Cristiane ou ( maquiagem permanente)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008


Cristiane chorava porque gostava do sal que se escondia no canto da boca.
E a lágrima ganhava cor ao ir levando o rímel pelo rosto, se misturando com o blush furta-cor e o batom vermelho "torpor".
Toda a maquiagem se perdia em meio à água salgada - que não era do mar - mas que causava ondas de dentro pra fora...
Com a mesma força invisível, só que inodora.
Ela já não via importância ao falar do amor.
O riso que vinha depois do choro era repleto de amadurecimento.
Puro convencimento de que o que vale a pena a maquiagem cobria.
Aquilo que se queria mostrar se escondia...
Por trás do olhar.

Dissimular.
Atuar.
Fingir que não fingia.
Isso dava alegria.
Embora à noite, em meio a goles de vodka - pura e sem gelo - só restasse aquele drama.
Era quando chorava pra enfim recomeçar toda a trama.
E poder - de cara lavada - se reconhecer.


ZORIEUQ DE.
15.IX.2008
"segundo do caderninho com adaptações..."

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